Howden Re Brasil divulga relatório climático do 1º trimestre, detalhando o cenário crescente de riscos para seguros e infraestrutura
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A Howden Re Brasil publicou a quarta edição do relatório Impactos Climáticos no Brasil e no Mundo, em colaboração com a MeteoIA, uma empresa líder em análises climáticas.
Este relatório fornece uma visão detalhada das condições climáticas em evolução no Brasil por meio de uma retrospectiva dos últimos três meses de atividade no país e oferece uma previsão das condições climáticas esperadas para o próximo trimestre.
Este é o mais recente de uma série contínua de relatórios da Howden Re Brasil, que analisam a evolução do clima e seu papel na expansão do setor de seguros brasileiro.
As economias latino-americanas em crescimento estão impulsionando a expansão e o fortalecimento dos mercados de seguros. O setor de seguros do Brasil, anteriormente limitado por um mercado de resseguros fechado até 2007, está agora vivenciando um aumento na demanda, o que, por sua vez, eleva a necessidade de dados e análises mais sofisticados para mapear os riscos na região.

O primeiro trimestre de 2025 expôs os dois extremos hidrológicos do Brasil — desde transbordamentos de rios e inundações urbanas até seca e estresse hídrico no solo. O setor de seguros brasileiro está enfrentando um ponto de inflexão. Enquanto o mercado se expande e o resseguro se torna mais amplamente adotado, os padrões ambientais em evolução exigem soluções inovadoras baseadas em dados e análises avançadas para promover resiliência e garantir proteção contra um clima em transformação. A COP30, que será realizada ainda este ano no Brasil, acontece em um momento crucial para colocar novas soluções de seguro climático em destaque.
Visão geral dos principais achados:
Janeiro a março de 2025: Uma estação de anomalias de precipitação heterogêneas
O relatório destaca diferenças significativas na precipitação entre as regiões. Enquanto regiões do norte, como Roraima e Maranhão, registraram chuvas excessivas causadas pelo deslocamento para o sul da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), o centro e o sul do Brasil — incluindo o Rio Grande do Sul, além das regiões sul e oeste do Mato Grosso do Sul — enfrentaram secas severas e estresse térmico.
O cenário de temperaturas extremas não se limita ao Brasil. O relatório aponta que, globalmente, janeiro de 2025 foi o mais quente já registrado, com uma média de 13,23°C — 1,75°C acima dos níveis pré-industriais — enquanto as calotas polares da Antártica e do Ártico encolheram para níveis mínimos históricos.
Projeções: Riscos elevados para lavouras, redes elétricas e sistemas de saúde
Olhando para frente, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) indica uma probabilidade crescente de transição do fenômeno La Niña de baixa intensidade para uma fase neutra a partir de março, com continuidade de extremos regionais de chuva e temperatura.
Resseguro em foco com a aproximação da COP30
À medida que o Brasil se prepara para sediar a COP30, seguradoras e resseguradoras estão se adaptando a uma nova realidade — cada vez mais definida por riscos secundários e vulnerabilidade regional a eventos climáticos. Desde enchentes até a degradação do solo causada por secas, a volatilidade climática do Brasil destaca a necessidade de inovação contínua no setor de seguros, a fim de ampliar a cobertura na região e aumentar o acesso à proteção para quem mais precisa.
Para alcançar isso, a coleta estruturada de dados é essencial, permitindo modelos de precificação mais precisos com base em eventos históricos, ajudando o setor a responder de forma mais eficaz aos riscos em evolução. Com as ferramentas e colaborações adequadas, o setor está bem posicionado para desempenhar um papel central no fortalecimento da preparação e resposta do Brasil frente aos eventos climáticos.