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Aliviando o impacto dos cuidados musculoesqueléticos no ambiente de trabalho

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Um dos principais motivos de ausência por doença, a má saúde musculoesquelética gera custos para os empregadores com absenteísmo, perda de produtividade e despesas médicas. Um design de benefícios orientado pela saúde e baseado em resultados minimiza o desconforto e faz muito sentido para os negócios, afirma Leo Savage, Head de Bem-Estar Global da Howden.

Apesar do crescimento das doenças relacionadas à saúde mental entre os trabalhadores, os distúrbios musculoesqueléticos (DME) continuam sendo a principal causa de incapacidade em 160 países.

Cerca de 1,71 bilhão de pessoas no mundo sofrem com problemas musculoesqueléticos como dores nas costas, artrite e lesões por esforço repetitivo. Eles são uma das principais causas de perda de dias de trabalho globalmente. A dor lombar é o principal fator, com 570 milhões de casos prevalentes no mundo, responsáveis por 7,4% dos anos vividos com incapacidade. No Brasil, por exemplo, os distúrbios musculoesqueléticos foram responsáveis por aproximadamente 5 milhões de dias de trabalho perdidos entre 2007 e 2012, segundo o Ministério da Saúde.

Sua empresa faz parte dessa perda. O motivo, segundo Leo Savage, é que a saúde musculoesquelética afeta todos, em todos os lugares. Independentemente da idade ou setor, a capacidade de trabalhar depende de poder se mover livremente e sem dor.

Savage explica: “O impacto dos DME nos sinistros é enorme e precisa ser enfrentado pela maioria dos empregadores. Precisamos enxergar questões como dor no pescoço e osteoartrite como uma degeneração do corpo e implementar intervenções e apoios para reduzir a probabilidade desses quadros se desenvolverem.”

Quem está em risco… e quem é responsável?

 Pode-se pensar que uma lesão MSK é geralmente causada por levantar objetos pesados ou por esforço repetitivo em linhas de montagem. Mas a má saúde musculoesquelética afeta todos os colaboradores — de quem trabalha em escritórios a hospitais, armazéns e fábricas. Com a mudança para modelos de trabalho remoto/híbrido, estações de trabalho inadequadas em casa têm sido um grande fator contribuinte.

Prevenir DME é frequentemente uma exigência de saúde e segurança. Problemas podem surgir se certos riscos no ambiente de trabalho não forem tratados, as empresas têm o dever de reduzi-los ao máximo possível. Mas é uma via de mão dupla: problemas DME desenvolvidos fora do trabalho também podem limitar a capacidade de trabalhar — o que cria uma zona cinzenta legal e ética. O que se espera das empresas?

Para Savage, não há uma resposta única. “Cada local de trabalho tem suas particularidades. O primeiro passo é entender os requisitos legais e, a partir disso, expandir as intervenções para apoiar a força de trabalho específica.

"Essa abordagem funciona melhor com um framework de design de benefícios baseado em resultados em quatro etapas: compreender, priorizar, implementar e medir", afirma.

Os pontos a seguir podem ajudar a conter as perdas relacionadas a DME na sua empresa:

Demografia importa. Globalmente, a prevalência de distúrbios DME é quase 50% maior em mulheres do que em homens, e aumenta com a idade, atingindo o pico entre 65 e 69 anos.

“Analisar os dados de sinistros ajuda os empregadores a identificar os problemas DME mais comuns entre seus colaboradores”, explica Savage. “Isso permite intervenções direcionadas para problemas específicos como dores nas costas e no pescoço. Sabemos que certas demografias e etnias têm taxas mais altas de determinados problemas DME, então comparamos os dados dos nossos clientes com benchmarks nacionais para garantir que as recomendações atinjam quem mais precisa.”

O ponto de partida são sempre as obrigações legais. Depois, avalia-se o impacto e a viabilidade das intervenções — o que exige conhecimento clínico e de seguros. “Nossos especialistas ajudam a identificar intervenções que resolvam os principais pontos de dor da força de trabalho e garantem que os recursos sejam direcionados para o que gera maior valor a longo prazo”, diz Savage.

Manter as pessoas ativas e com as articulações em movimento é uma das melhores formas de promover a saúde MSK. Exemplos: mesas ajustáveis, reuniões caminhando, academias subsidiadas e grupos de corrida. Avaliações médicas voluntárias podem ser úteis se houver altos níveis de sarcopenia (perda muscular) na equipe.

Savage recomenda escolher intervenções que se encaixem naturalmente na cultura da empresa. “MSK é uma ameaça global, mas é importante ser específico. O que funciona em Londres pode não funcionar em Manila. A Howden tem presença global, o que nos permite apoiar empresas localmente — colaboramos com equipes locais para identificar necessidades e criar soluções eficazes.”

Muitos colaboradores sofrem em silêncio com problemas DME, então educação é essencial. “As pessoas podem nem saber que podem melhorar sua saúde”, diz Savage. “As empresas se beneficiam ao ter um orçamento de comunicação para educar sobre os benefícios DME sem parecerem invasivas.”

Savage sugere criatividade para alcançar o público certo. “Cartazes tradicionais funcionam bem para quem não pode usar celular no trabalho, mesmo parecendo antiquados.” Alguns clientes tiveram sucesso ao aproveitar datas de conscientização nacionais para promover educação. O importante é ir até os colaboradores, não esperar que venham até você.

Empresas crescem, o perfil dos colaboradores muda, e o que funciona hoje pode não funcionar amanhã. “A medição é contínua. Um ciclo de feedback entre colaboradores, empresas e operadoras de saúde ajuda a alinhar as perspectivas”, diz Savage.

Ele ainda destaca o valor das pesquisas da Howden sobre tendências de RH e bem-estar. A Benefits Design Survey oferece uma análise detalhada e atualizada de questões emergentes e boas práticas. “Esse entendimento nos permite refinar os programas e eliminar o descompasso entre o que a liderança acha que deve priorizar e o que realmente precisa ser feito em DME.”

Mais uma vez, dados são ouro para manter a relevância e o impacto. Considerando os custos diretos e indiretos com seguros, absenteísmo, presenteísmo e perda de talentos por problemas musculoesqueléticos, investir nas intervenções certas é um ganha-ganha. Melhores dados geram melhores insights — e melhores resultados.

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