Como os benefícios corporativos estão mudando na América Latina

Como os Benefícios Corporativos Estão Evoluindo no Brasil – E Por Que a Flexibilidade Agora Assume o Protagonismo

Na Howden, acompanhamos de perto como mudanças globais moldam as realidades locais. Neste mês, conversamos com nossas equipes no Brasil e no México para entender as principais tendências que estão transformando os benefícios corporativos na América Latina. Os temas que mais se destacam? Saúde, bem-estar financeiro e – acima de tudo – flexibilidade.

Um novo olhar para os benefícios no pós-pandemia

Embora a guerra na Ucrânia tenha tido impacto limitado nas estratégias locais de benefícios, os efeitos da pandemia da COVID-19 ainda são muito reais no Brasil. A demanda por saúde aumentou, os custos subiram e a forma como as pessoas enxergam saúde e trabalho mudou para sempre.

No México, a pandemia foi o evento de seguro mais caro da história do país. Com o aumento dos custos médicos, cresceu também a procura por seguros médicos e de vida mais abrangentes – em todos os segmentos de trabalhadores, não só nos cargos administrativos. No Brasil, os empregadores também estão sentindo essa pressão.

Aqui, o plano de saúde privado continua sendo um benefício essencial – mas está cada vez mais caro. Entre 2023 e 2024, o número de beneficiários cresceu 2,7%, enquanto os custos aumentaram 5,05%. Mais colaboradores para cobrir, a um custo maior.

Para conter os prêmios, muitas empresas estão adotando uma postura mais preventiva: promovem atividades físicas, oferecem subsídios para academias, orientação nutricional e até cobertura para tratamentos em estágios iniciais – antes que os casos evoluam e gerem sinistros altos. É uma mudança de foco: de coberturas apenas para grandes tratamentos para um apoio real no dia a dia – algo que os colaboradores valorizam muito.

Saúde mental em primeiro lugar

“Questões de saúde mental não são mais um tabu”, afirma Claudia Machado, Vice-presidente de Benefícios da Howden Brasil. “Desde a pandemia, as pessoas estão mais abertas a pedir ajuda – e esperam que seus empregadores ofereçam esse suporte.”

Hoje, programas de assistência ao colaborador (EAPs), terapia virtual e ferramentas de apoio emocional fazem parte dos pacotes de benefícios mais competitivos. Os programas mais eficazes priorizam o cuidado com a saúde mental, o aconselhamento psicológico e o suporte em crises – muito mais do que serviços jurídicos e cartoriais. E essa mudança já traz impactos positivos.

Bem-estar financeiro: uma prioridade crescente no Brasil

Com a inflação, os juros e o custo de vida em alta, o bem-estar financeiro ganhou espaço nas estratégias de RH.

No Brasil, oficinas de educação financeira estão ajudando os colaboradores a organizar suas finanças, reduzir dívidas e planejar o futuro. Em situações mais críticas, algumas empresas também oferecem empréstimos emergenciais com juros subsidiados. Além disso, há um incentivo crescente para aumentar as contribuições aos planos de previdência privada, com foco em segurança de longo prazo.

À medida que os benefícios financeiros ganham destaque, as regalias mais superficiais começam a perder força. No setor de tecnologia, por exemplo, salas de jogos e comida gratuita já não têm o mesmo apelo. Em outros segmentos, carros da empresa e subsídios de combustível também estão se tornando menos comuns – especialmente com o crescimento do trabalho remoto e híbrido.

Por outro lado, os vales-transporte seguem sendo obrigatórios pela legislação brasileira, garantindo a cobertura dos custos de deslocamento – com exigências específicas que podem variar conforme os acordos coletivos.

A revolução da flexibilidade

A grande virada? Os colaboradores querem benefícios que façam sentido para a vida deles – não pacotes genéricos.

Flexibilidade e personalização deixaram de ser diferenciais e passaram a ser essenciais. Claudia resume bem:
“Programas de benefícios rígidos são de alto risco. Eles dificultam a atração e retenção dos melhores talentos.”

Para empresas multinacionais, o desafio é ainda maior. Uma abordagem única não funciona em contextos culturais, políticos e econômicos tão diversos. A solução está em criar pacotes de benefícios equitativos, não necessariamente idênticos – adaptados a cada mercado, mas alinhados com a estratégia global.

Por que flexibilidade é desafiadora – e indispensável

Equilibrar diferentes necessidades dos colaboradores, controlar custos, garantir conformidade com a legislação local e acompanhar expectativas que mudam o tempo todo não é tarefa simples. Some a isso as regras fiscais, as exigências legais e as preferências culturais de cada país, e fica claro como oferecer benefícios personalizados em toda a América Latina exige planejamento estratégico.

É aí que uma consultoria global como a Howden faz toda a diferença. Com especialistas locais em cada mercado e uma visão global conectada, ajudamos empresas a desenvolver estratégias de benefícios que funcionam no contexto local – e fazem sentido no panorama internacional.